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A primeira luz elétrica em Natal

Ivanizio Ramos/Reprodução Canindé Soares

A primeira luz elétrica que os natalenses viram foi na fábrica de tecidos de Juvino Barreto no ano de 1893. Foi uma experiência interna que deu certo e se Juvino prolongou o efeito por muitos dias. Havia uma pequena instalação interior e, vez por outras, a fábrica se orgulhava das lâmpadas ofuscantes, “cegando a vista’, como se dizia naquele tempo.

No casamento de Alberto Maranhão com D. Inês Barreto, filha do seu Juvino, houve a primeira iluminação elétrica na rua, entre a fábrica, atual edifício de Nóbrega & Dantas, S.A. Indústria e Comércio e a Vila Barreto, atual residência salesiana.

O casamento realizou-se em 3 de setembro de 1895. A cerimônia religiosa foi na capela de São José, pertencente à fábrica, e que foi demolida em 1925, creio eu. Um filho do casal, Juvino Barreto Neto, informa: “foi uma festa de arromba, que durou três dias. Até arranjaram uma iluminação elétrica de emergência para a Vila Barreto, a capelinha familiar, dois dos quarteirões acima, e o trecho de rua ligando as duas”.

Constituiu a curiosidade da cidade. Uma multidão ficou parada, olhando sem compreender aquele clarão igual, sem fio e querosene, não oscilando nem respeitando a ventania da tarde.

Terminada a festa, as lâmpadas desapareceram e o trecho voltou a ter os lampiões “de gás”, avermelhados e melancólicos, escurecendo em vez de clarear a rua Junqueira Aires.

A terceira exibição de luz elétrica foi ainda uma proeza da fábrica de tecidos na noite de 11 de junho de 1906. Nesta noite chegou ao Natal sua Excelência o Dr. Afonso Augusto Moreira Pena, presidente eleito da República. Chegou num trem da “Great Westem” às oito e meia da noite. O mundo veio abaixo com os foguetões.

Afonso Pena hospedou-se na residência do Senador Pedro Velho. É o prédio da “A República”. A fábrica de tecidos fez o brilho de lançar um fio até o palacete presidencial e algumas lâmpadas brilharam. Era mais efeito moral que utilidade. Quem iluminava mesmo era o carbureto, ofuscante, em candeeiros mandados vir do Recife. Mas Afonso Pena notou as lâmpadas e elogiou o progresso.

A luz elétrica da cidade veio no governo de Alberto Maranhão, inaugurada num seu aniversário, 2 de outubro de 1911.

Câmara Cascudo´
A República, 30 de maio de 1959.

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