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Chegadas...e partidas

Voltei disposta a provar que estava certa e passei a desenvolver muitos projetos, pois ninguém se perde no caminho da volta

Por Geórgia Nery

Nunez / SkyscraperCity / Kelsen Fernandes / Fotos públicas

Desde pequenos somos (ou pelo menos deveríamos) ser orientados a cumprir com uma lição básica de convívio social: o respeito! Entram na lista respeitar os pais, avós, professores, amigos, a hierarquia no ambiente de trabalho, as regras, as leis...

E o respeito próprio? Quem ensinou? Essa é uma condição primordial para o ser humano. Deveria vir junto com o registro de nascimento. Nasci, logo me respeito. Parece óbvio, mas credito as nossas maiores frustrações à falta de respeito aos seus valores, desejos e escolhas.

São milhares, milhões de cidadãos desrespeitados, frustrados e oprimidos. Ao longo da vida, vão acumulando decepções e fazendo da rotina uma sem graça repetição de gestos. Acordar, trabalhar, pagar conta e se lamentar. Sem se dar conta de que está dentro deles a força para virar o jogo.

Não sei bem dizer quando começou o meu processo de “desapego”. A recordação inicial ocorre no ano de 2004. Estava trabalhando em São Paulo, num emprego há muito idealizado e que me trazia satisfação. Junto com esse pacote de bondades tinha um grande incômodo gerado pela distância de casa. Não foi difícil decidir romper com essa rotina quando percebi que jamais poderia jogar essa fatura na conta de terceiros.

Ouvi do meu diretor na época que era impossível nascer e retornar para o útero. Assim fiz, voltei para o lugar mais aconchegante do universo e descobri o sabor de nadar contra a correnteza. Essa tem sido uma construção pessoal constante e desafiadora.

Na minha bagagem ainda cabia muita coisa pesada. Voltei disposta a provar que estava certa. Virei uma acumuladora de projetos. Muitos, vários, nos mais variados segmentos. Teve um momento que amanhecia com comentários no rádio, seguia para reportagem de TV, edição, apresentação, jornal impresso e assessoria de imprensa. Ufa! Não dava mais para sustentar uma rotina tão pesada. As 24 horas do dia não preenchiam a minha necessidade de abraçar o mundo.

Hoje eu vejo que tudo foi necessário e enxergo com gratidão a generosidade da vida. Permitir a dádiva da escolha, mas não sem antes me preparar para esse momento. Foi quando decidi que não importavam as expectativas, os rótulos, o medo do futuro. Claro, vez por outra me pego construindo tenebrosas realidades.

O fato é que elegi como prioridade o respeito aos meus valores, limites, desafios, erros e acertos. Tem sido libertador. Afinal, respeito é bom e todo mundo gosta, inclusive você!

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